Almeida No Século Xvii Imagem 1

“Sabias que a 2 de Julho de 1663...” Almeida no Século XVII

A Vila de Almeida vivia em constante alerta dada a sua proximidade com a fronteira: os conflitos armados, a presença maciça de militares, alteravam e sobressaltavam com frequência a sua vivência quotidiana.

“No século XVII poucos ou nenhuns quartéis existiam, os equipamentos complementares escasseavam. A população civil era obrigada a dar alojamento aos soldados e oficiais do exército, que cometiam alguns atropelos, por vezes tomando pão e palha sem qualquer contrapartida. As culturas agrícolas, principal fonte de rendimento das famílias, eram destruídas pela quase infindável sucessão de cercos, batalhas e incursões. Os próprios moradores viam-se também obrigados a abrir trincheiras e a transportar munições. Apesar da posterior construção de alguns quartéis, o envolvimento dos civis no apoio logístico aos militares nunca foi completamente ultrapassado. (…) A perturbação da vida urbana, em certa medida inevitável, manter-se-ia. Quase sempre por petição dos habitantes, o poder central tentava resolver situações pontuais, procurando recompensar a vila da maneira possível. Por alegação dos graves prejuízos causados pela guerra e pela falta de mantimentos, foi obtida em 1672 autorização régia para a realização de um mercado mensal no primeiro domingo de cada mês e de uma feira anual, de todo o género de mercadorias, no dia de Santa Cruz de Maio”

CONCEIÇÃO, Maria Margarida Simão Tavares da, Formação do Espaço Urbano em Almeida (séculos XVI-XVIII). Da Vila Cercada à Praça de Guerra. Lisboa, 2002. Pág. 78.

Imagem 1: Quartel de Infantaria e Misericórdia no Terreiro das Freiras.  DGEMN, 1963.

Imagem 2: Rua das Muralhas com o Quartel de Santa Bárbara, já demolido, em último plano. DGEMN, 1963.

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