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Metralhadora Lewis

“No Corpo Expedicionário Português, durante a I Guerra Mundial, de
acordo com o “Dicionário de Calão” de Albino Lapa (Lisboa, 1959),
chamava-se Luísa à metralhadora ligeira “Lewis Gun”.’
Espingarda Automática Lewis, o seu nome oficial, ou Lewis 7.77 na
versão abreviada é uma metralhadora leve projetada nos Estados Unidos
em 1911, inventada por Samuel McLean e aperfeiçoada pelo Coronel Isaac
Newton Lewis, tendo sido produzida em massa no Reino Unido pela
BSA(Birmingham Small Arms Company), foi o sustentáculo de muitas
forças armadas no mundo inteiro, na primeira e segunda guerra mundial,
onde além de ser usada para dar apoio à infantaria nas trincheiras,
foi amplamente usada em aeronaves e carros de combate. O seu desenho
versátil justificaria a sua larga utilização, era uma metralhadora
ligeira leve (12,7 kg) concebida para ser utilizada por um soldado
apenas, sendo que a prática comum seria uma equipa de 2 soldados a
operar a mesma, um na função de atirador e outro na função de
municiador. Capacitada com carregadores em tambor horizontal de 47 ou
97 munições e com a cadência de cerca de 550 tiros por minuto e um
alcance efetivo de 100m, características que faziam da Lewis uma
temível arma de apoio a todas as ações de combate, quer no terreno
quer no ar.
O Corpo Expedicionário Português enviado para a França também foi
equipado com metralhadoras Lewis, entre outras peças de armamento. A
partir daí, Lewis tornou-se a metralhadora ligeira padrão do Exército
português até à década de 1930. Algumas Lewis continuaram ao serviço
de unidades coloniais até o início da década de 1960. A alcunha dada
pelos soldados do CEP, “Luísa” demonstra por si a fiabilidade da peça
de armamento no cenário das trincheiras. Longe de casa e remetidos aos
horrores da guerra das trincheiras era prática comum os soldados
apelidaram as suas armas com nome de mulheres. Vários seriam aqueles
que combateram nos diversos cenários da frente Ocidental da Guerra,
sendo que o CEP se notabilizou principalmente na Batalha de La Lys.
Entre esta e outras batalhas menos sonantes dos ecos da História, onde
alguns filhos de Almeida também prestaram o seu derradeiro contributo
à nação portuguesa.
No MHMA podemos saber mais sobre esta peça e vivências dos soldados
das trincheiras de Almeida e de como viviam durante este período
turbulento da História Mundial, e de certa forma prestar uma singela
homenagem a todos os combatentes deste período.
Nomes como o do soldado António de Frias da Fonseca, natural de
Malpartida, mobilizado em França ao serviço da 6ª Brigada de
Infantaria, Regimento de Infantaria nº1.
1º Sargento Ernesto Augusto dos Reis, natural de Almeida, mobilizado
em França ao serviço da 1ª Brigada de Infantaria, Regimento de
Infantaria nº28.
Soldado João Teixeira, natural de Almeida, mobilizado em França ao
serviço da 3ª Brigada de Infantaria, Regimento de Infantaria nº12.
Soldado José Gomes, natural de Castelo Bom, mobilizado em França ao
serviço da 3ª Brigada de Infantaria, Regimento de Infantaria nº12.
Entre tantos outros nomes, combatentes no conflito, estes foram alguns
dos filhos que Almeida perdeu entre as trincheiras, resta a memória do
seu contributo máximo e a homenagem que a sala da 1ª Grande Guerra que
podemos visitar no MHMA presta a estes e todos os outros que elevaram
com bravura o nome de Almeida além-fronteiras.
MHMA, convida à sua visita, e a mergulhar numa viagem através do tempo
e História de Almeida.

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